Taverna do Velho

LOL, CIS ativo novamente! Yaaaaaaaay! ~ \o/

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Caminhava tranquilamente, um pouco sonolenta. Caramba, como será que eu conseguia estar acordada sem dormir esse tempo todo? Era algo que nunca havia acontecido comigo; por mais que eu tenha bastante sono. Ah, esperava logo para chegar na nossa base e eu pular direto à minha cama, mas, só depois do banho!

Lyanna havia parado ao meio do caminho, e eu também para esperar-a. Quando percebi, ela estava pegando o meu casaco; o qual eu havia tirado para lutar, e esticou o braço, dando-o. Peguei ele, e claro, vesti-o. Por mais que eu não sentisse tanto frio, apenas iria vestir para esconder meus ferimentos; que estavam expostos, mas não fechei na frente.

— Obrigada! — sorri como um agradecimento, e seguimos em frente.

Notei a movimentação dos lojistas e alguns feirantes, estavam bem agitados. Pois, o festival estava logo chegando. Eu nunca tinha ido em algum festival, mas neste ano, eu queria ir! Mas... Talvez isto seria uma falha, afinal, a vida como caçadora não é nada fácil. Mas, se der, irei chamar Lyanna para ir junto, porém, duvido muito se isto acontecer.

Lyanna havia me feito uma pergunta, que logo quebrou o silêncio que estava conosco.

— Hum... — parei um pouco pelo caminho — Bem... O Yuusha, eu acho ele bastante destemido e com uma grande força de vontade! Por mais que eu ache ele bastante tímido... A Nightingale, eu admiro muito ela, por mais que ela seja fechada, eu acho-a bastante inteligente! — dei uma pausa, estava quase sem fôlego para falar — Ah, a barraqueira... — dei uma risada — Haha, por mais que ela seja desse jeito, tenho certeza que ela é uma boa pessoa! Eu acho o Maxim com bastante alegre e conversa bastante também! A Luna eu acho que ela tem sábias palavras e boas escolhas! —  sorri.

Seguimos em frente, indo em direção à nossa base.

OFF: Já estava na hora, né? LOL

Sorrir foi inevitável, afinal, Alyssa certamente é uma pessoa boa e confiável. Embora algumas de suas opiniões não coincidissem exatamente com as minhas, fiquei feliz com suas palavras. Me deram a sensação de que aqueles problemáticos são muito mais do que isso, em um bom sentido. De fato, as coisas têm se tornado mais agitadas ultimamente, graças a eles; seja positivamente ou negativamente.

— Belo discurso. — falei, mantendo o sorriso — Talvez você esteja certa. Aquelas pessoas não são tão ruins assim, não é? — ri sutilmente. — Com o tempo, podem ser tornar valiosos aliados.

Continuamos andando. Em alguns momentos, um silêncio não constrangedor, e sim agradável, se estendia; em outros, conversávamos tranquilamente sobre coisas sem importância. Mesmo num ritmo relaxado, eventualmente alcançamos nosso destino. Já podia avistar a base ali, ainda menor, no horizonte.

OFF: Postei pela Evelyn, já que ela está com problemas no computador, e nos comunicamos pelo Skype! (celular) ^^ Obrigada Ragil, pela ajuda com a mensagem! =)


Sério, ele não estava querendo ir? Aquilo parecia muito mais difícil do que eu pensava, obviamente Lyanna e o resto deveriam estar nos esperando, e atrasar não seria muito bom da minha parte. Estava muito pensativa para a resposta que daria à ele, tanto que nem estava prestando atenção na bronca que Ragil estava dando ao Yuusha.

Além disto, aquilo já estava me fazendo perder a paciência. Dei um suspiro, duas vezes, três... Que coisa! Eu não sabia o que pensar à responder ele, será que ele nunca tinha ouvido falar sobre os cristais? Pode ser que isto seja possível...

– Bem... – mordi o canto dos lábios, pensando em qual seria o melhor modo para poder persuadi-lo. E, se há algo em que sou boa, claro que é na persuasão das pessoas – Você parece interessado na questão dos Cristais. Existem pessoas em nosso grupo que conhecem bastante sobre ele... Não lhe parece uma boa pedida? Vamos, vamos, não desperdice essa chance, "maninho". – dei um riso referente ao maninho, já que nossas aparências eram quase similares. – Vamos lá!

Segui em frente, não esperava a resposta dele, pois ele já sabia que o que ele deveria fazer era me seguir. Isto valia também à Ragil e o Yuusha; em direção à Taverna.

Pobrezinha daquela ladra, se estava achando que eu a seguiria. Como se eu abaixasse a cabeça para alguém e obedecesse suas ordens! "Que absurdo, não se fazem mais ladrões como antigamente" pensei, tomando a frente e caminhando imodestamente. O clima frio daquele lugar não me deixava nem um pouco feliz; minha terra natal era exatamente o contrário, tendo um ar quente até demais se estendendo por todo o ano.

Não me sinto confortável usando camadas e camadas de roupas, muito menos armaduras – mesmo que eu já as tenha usado em certas ocasiões, como combates em coliseus ou lutas combinadas, onde ter mais proteção era realmente preciso. Porém, me agrada muito mais usar apenas roupas leves, apesar de que não costumo usar algo vulgar. Não que meu corpo não seja bonito o suficiente para isso... Como todas as coisas em mim, ele é magnificente, é claro.

Eu sabia o caminho de volta para a Taverna, então pude caminhar sem problema algum. Em meu rosto, uma expressão emburrada e incomodada prevalecia. A combinação de um frio da porra, dor, cansaço, fome e ainda o inchaço na lateral de minha face por ter levado uma dezena de murros só me fazia querer alugar rapidamente um quarto de hospedaria e dormir até o mundo acabar, depois de pegar o pirralho de volta na Taverna.

Falando nela, a vi aparecendo logo à frente, com as outras pessoas caminhando não muito longe de mim. Praticamente me arrastei até a entrada.

– Tch, finalmente... – suspirei, tirando a franja da frente dos olhos, aliviada por não ter surtado no meio do caminho e começado a chutar alguma árvore para descontar meu cansaço e irritação – Oh, velho, eu necessito de uma cerveja.

Vi Ragil na entrada, bufando e revirando os olhos. Por sorte, ela não parecia ter apanhado ou batido em alguém novamente. Fui vendo o resto do pessoal aparecendo e, entre eles, estava um outro cara. Não parecia ser muito mais velho que o restante das pessoas, talvez tendo de dezesseis a vinte anos de idade. Como várias pessoas daqui, ele era loiro e branco. É, parece que tem bastante gente de pele e cabelos claros por aqui.

Dei um aceno fraco com a mão para Ragil, mesmo sabendo que ela não responderia.

– Yay! Eles estão bem! – exclamei, falando com Lunairetic – Que bom, né? Ah, Luna, eu esqueci de perguntar uma coisa importante! Você gosta de arroz? E de curry? Já comeu os dois juntos? Oh, acho que todo o mundo já comeu curry com arroz, exceto se você morar numa caverna ou numa daquelas aldeias indígenas no fim do mund.... Digo, não que eu ache que você é de algum lugar como esse, okay? Desculpa! Eu não quis ofender!

Quanto à Night. Estranhei suas novas decisões, mas ao mesmo tempo esbanjava felicidade. Ela finalmente havia aceito minha ideia de resolver a situação de maneira pacifica. O que realmente pareceu dar certo. O senhor ladrão que antes apenas se questionava, passou à nos seguir. Não entendia muito sobre os pensamentos de Ragil, porém ela pareceu estar apressada.

Me dispus em movimento e assim que percebi que os demais já obtinham certa distância, me locomovi com um passo um pouco mais apressado. Acabei me aproximando de Night enquanto caminhávamos de volta à taberna, logo em seguida esbarrando minha cabeça em seu ombro, de forma que pudesse acariciar com o mesmo de maneira sutil. Assim que notasse seu olhar em minha direção, esbanjaria um sorriso. Apesar de gostar de conversar com todos, naquele momento decidi agradece-la apenas com ações.

Pouco tempo depois, finalmente retornamos à taberna. Todos pareciam exaustos, esperava que pudêssemos voltar à base o mais rápido possível para descansar. Luna e Maxim ainda pareciam estar trocando alguma conversa, mas quando notei que Lyanna e Alyssa não estavam nas redondezas achei melhor perguntar.

— Onde estão Lyanna e Alyssa? Aconteceu algo? — Questionei gentilmente enquanto me aproximava dos dois que ainda conversavam. Esperava que nada de ruim houvesse ocorrido às duas. Por mais que tivéssemos nos conhecido à pouco tempo, já tinha certa preocupação em relação à elas.

O ladrão(que irônico) concordou em nos seguir mas não falou nenhuma palavra, o que me deixou preocupada. Poderia puxar o machado a qualquer momento e matar alguém, talvez estivesse esperando o momento que ficassemos mais relaxados. Fiquei observando esse garoto, ele estava mais atrás, ao contrário de Ragil que foi lá pra frente e aumentou o passo.

Enquanto eu estava ocupada olhando pra trás de vez em quando, tensa e com a mão na arma quando senti algo no meu ombro e como estava na defensiva segurei minha adaga, quase a tirando de sua capa, e virei minha cabeça rapidamente pra ver o que era. Era Yuusha, que quando notou que eu olhei pra ele sorriu. Fiquei atonita, mas ao mesmo tempo me acalmei mais e soltei a bainha da adaga. Não era necessario tanto cuidado, estavamos em maior grupo, creio que o loiro não tenha chance contra nós. Afaguei a cabeça de Yuusha e então desarrumei.

Chegamos na Taberna mas apenas estavam o meio-elfo que Ragil estava de babá e a índia amiga do Yuusha, não via as meninas. Yuusha perguntou onde as meninas estavam e a índia perguntou quem era o loiro.

-Esse aqui? - Apontei pra ele. - Não se preocupe com ele, é inofensivo. - Olhei para ele, para que ele confirmasse minha descrição.

Então vi Ragil no balcão bebendo cerveja e fui pra perto.

-Eu quero uma também, por favor. - Disse pro taverneiro, então virei pra Ragil. - Entregou o dinheiro de volta? - Olhei pra ela. - Olhe, eu entendo que o ladrãozinho talvez não seja muito útil e que poderiamos ter deixado ele ir, mas confie em mim, ele pode ser útil. Se não for, você pode bater nele o quando você quiser. - Tentei parecer simpática, achava que Ragil poderia ter um bom papo quando todos estivessem em silêncio enquanto viajassemos atrás do mago do mal.

Confesso ter me sentido 90% melhor depois de ouvir aquilo. De tudo o que Nightingale disse, eu praticamente só ouvi "você pode bater nele o quando quiser" e, convenhamos, não há coisa melhor para se escutar. Dei uma bebericada na cerveja e um sorriso maldoso para a loira que estava ao meu lado, enquanto a via pegar uma bebida para si mesma nas prateleiras. Com certeza, o taverneiro não faria isso para ela...

— Vou rezar para que ele seja completamente inútil — eu disse, ainda rindo e assoprando a espuma da cerveja —, caso seja, poderei me divertir um pouco mais...

Terminei a bebida num gole e me virei, apoiando os cotovelos no balcão. Dei uma piscada pro ladrão e torci os lábios, enquanto franzia o cenho.

— Ouviu, desbotado?

Como resposta, Luna me contara rapidamente que as meninas já haviam retornado à base. Sendo assim, achei que deveria acompanhar todos os outros à fim de que os levasse ao mesmo destino. Afinal, estávamos todos gastos e cansados graças à batalha. Antes de poder convocar alguém, percebi que aparentava haver um pequeno conflito entre Ragil e o rapaz que trouxemos junto à nós. Esperava que não fosse nada de mais. Ragil tem seu jeito um tanto diferente, mas já faz algum tempo que percebi que no fundo ela é uma ótima pessoa.

Sentia um pouco de pena daquele senhor. Sua taberna havia praticamente sido destruída durante a batalha. Ainda bem que pelo menos conseguimos recuperar o dinheiro que ele guardava. Assim ele não passará por dificuldade alguma e possivelmente conseguira reconstruir os prejuízos. Ele aparentava ser uma ótima pessoa também. Apesar de todos os estragos que causamos, ele nos perdoou por termos ajudado à recuperar seu dinheiro.

Nunca pensava antes de realizar minhas ações. Por isto sempre, muitos me achavam um tanto idiota, mas o que poderia fazer? Eu era assim e não poderia mudar mesmo que quisesse. Fui em direção ao senhor da taberna e assim que cheguei bem diante à ele, remexi em meu embornal por alguns segundos. Após isto retirei algumas moedas que guardava comigo. — Eu sei que não é muito, mas é tudo que eu tenho. Espero que possa lhe ajudar de alguma forma. — Dizia enquanto entregava tais moedas ao senhor. Sabia o quão era pouco, porém queria ajudar o máximo que pudesse. E no momento, tudo o que tinha era aquilo.

Em seguida me aproximei de Night e a cutuquei sutilmente pelo ombro com a intenção de pronunciar algo. — As meninas já retornaram para a base. Poderíamos retornar também? Estou um pouco cansado. — Dizia um tanto envergonhado enquanto acariciava minhas próprias costas, que por sinal, ainda sofriam um pouco pela ferida da luta, apesar de não chegar à ser algo insuportável. Tomei a iniciativa de falar com Night pois pelo menos para mim, naquele momento ela era a líder do grupo e consequentemente à de ações mais sábias.

Caso ela confirmasse já me colocaria de prontidão para partir guiando todos em direção à base.

Após beber alguns goles de cerveja, passei a observar meus companheiros. Ragil havia chamado o loirinho de "desbotado", o que me fez engasgar um pouco por rir, mas fiquei hesitante quando ele levantou preparado pra voar no pescoço dela, porém logo sentou de novo.

Observei também Yuusha entregando algumas moedas pra o taberneiro, com o que eu fiquei surpresa e tomei um shot de uma vez com um whisky que achei junto com a cerveja, o que me fez ficar um pouco tonta. Então senti alguém cutucando meu ombro, e era Yuusha, ele pediu permissão a minha pessoa para todos irem para a base, já que as meninas estavam fora, o que me surpreendeu mais ainda. Tomei outro shot e então olhei pra ele.

-Claro, - Apoiei minha mão para levantar no ombro de Yuusha. - vamos lá. - Olhei pro resto do pessoal. - Vamos pra base, encontrar com Lyanna e Alyssa, e finalmente arrumar essa missão direito.

Fui a frente, esperando que os outros viessem atrás, e se não viessem, eu seguiria em frente.

Ajudei Maxim a levantar-se do chão e me ofereci para carregá-lo nas costas, já que o garoto devia estar cansado — mesmo que eu estivesse prestes a ter um desmaio, era mais do que meu dever cuidar para que ele não ficasse pior. Ajeitei minha bolsa ao lado do corpo e, com um impulso, coloquei o pirralho nas costas, eu segurando suas pernas e ele agarrado ao meu pescoço. Senti o estômago e outros lugares com hematomas voltarem a doer, mas não dei importância.

Saí da Taverna e me juntei aos dois loiros, andando ao lado deles — por mais que eu quisesse andar à frente, eu não sabia o caminho para a tal da base, então fui obrigada a andar ao ritmo deles. Fiquei à uma distância segura deles, sem falar nada ou me misturar, até porque eu nem tinha assunto algum em mente — e, mesmo que tivesse, não falaria nada. Maxim falava umas asneiras sobre a paisagem às vezes, mas eu apenas ignorava, focada em chegar logo naquele lugar.

Night e Ragil pareciam estar cada vez mais bondosas. Talvez fosse apenas uma questão de amizade, mas de fato estava feliz naquele momento. Esperava sinceramente que nossa amizade continuasse crescendo cada dia mais. E de um instante para outro, Night se apoia em meu ombro para que pudesse se levantar, anunciando que concordava em retornar para a base junto aos outros.

Em um primeiro momento, Night se colocou de prontidão e seguiu o caminho em dianteira junto ao moço que conhecemos à pouco, que acabara à acompanhando na dianteira. Poderia dizer que tive um certo momento de alivio, por ele ter aceito tão rapidamente em nos acompanhar pelo caminho, afinal, não gostaria que tivéssemos toda aquela discussão novamente. Quanto à Ragil e Maxim, estes seguiam logo atrás, sendo que Ragil carregava Maxim em suas costas. Por um instante Ragil pareceu bufar por dor ou algo assim, o que me trouxe um pouco de preocupação.

— Ragil? Se quiser eu posso levar sua mochila. — Disse um pouco envergonhado enquanto me aproximava dos dois. Gostaria de oferecer algum medicamento para suas feridas, porém temia que ela retrucasse, já que não gostava muito de ser ajudada. Caso ela não aceitasse ajuda ou algo do tipo, iria recuar um tanto, e logo em seguida apressar o passo para que pudesse caminhar por perto de Night. Quanto à Maxim, ainda me parecia esconder algo sobre o ocorrido durante a batalha.

Enquanto todos caminhavam jogando conversas fora, me perderia por algum tempo em pensamentos. Apesar de tudo o que acontecera nos últimos dias, me sentia um pouco inseguro. Gostaria de saber se alguém se importaria comigo. Não que precisassem se preocupar sobre isto, mas deste a perda de minha família me sinto como se não tivesse uma casa fixa para que pudesse retornar...

Bem, por hora deveria esquecer isto. Afinal, minha unica serventia no momento era como uma preciosa fonte de informação. E era nisto em que deveria me empenhar em ser. Antes que pudéssemos de fato, chegar à base de caçadores, me esforcei ao máximo para que tentasse me lembrar de algo que pudesse ajuda-los na busca de Magnus. Chegando até mesmo à sentir uma leve dor de cabeça durante a caminhada, porém nada que fosse perceptível para os demais.

De toda forma, brevemente chegaríamos à Base de Caçadores