Olhando para o céu, visualizei a imagem de meus pais nas nuvens daquela manhã. Me bateu uma dor no peito e fiquei com vontade de chorar. Mas engoli o choro e não deixei que aquela situação me envergonhasse. Mas fiquei feliz por lembrar deles, por isso continuei com a aquela imagem na minha cabeça.
Ouvi meu nome sendo exclamado por minha mãe, dizendo para que eu entrasse. Era hora da janta e meu pai estava em casa. Era raro isso acontecer, mas sempre que acontecia, não desperdiçávamos tal ocasião. Correndo, pulei para a cadeira ao lado da do meu pai e abri um sorriso de orelha a orelha para ele.
- Quero te entregar uma coisa - ele disse, levantando-se e indo à sala.
- Feliz aniversário de seis anos, meu amor - minha mãe me parabenizou me dando um abraço. Quando ela me soltou, vi que meu pai carregava uma caixa - Esperamos que você goste. Abra. E tenha cuidado.
Sem pensar duas vezes e completamente descuidado, peguei o embrulho, mas era muito pesado, então deixei-o cair. Me assustei quando ouvi um ganido. Olhei para os meus pais que tinham um olhar de dó em seus rostos.
- Eu avisei. Abra logo.
Era um cachorro. Um pequeno e peludo cachorrinho. Meus olhos se encheram de lágrimas e o apertei em meus braços. Sem soltá-lo, abracei também meus pais, e agradeci.
Por pouco quase consegui manter a compostura, mas deixei uma gota escorrer pela maçã de meu rosto.