Minha cabeça voltou a girar quando fiquei sozinha, meu coração começou a bater forte e eu acabei levantando pra andar um pouco. Comecei a cambalear, via olhos me olhando por toda a parte. Atrás da árvore havia um rapaz com armadura de paladino, nos poucos arbustos haviam homens com olhares maliciosos, esperando o momento certo de atacar. Homens asquerosos, com mãos sujas e pensamentos que prefiro não descrever. Comecei a vacilar enquanto andava, cambaleando pra trás e colocando a mão na cabeça, tentando me falar que era apenas coisa da minha cabeça. Era tudo muito real. Meu suor escorria pela minha testa, meu coração batia tão forte de um jeito que eu conseguia ouvir. Sussurros começaram a aparecer, e ficar mais altos.
"Olha só, uma garotinha tão bonita perdida no caminho para a cidade." Diziam os sussurros. "Tão indefesa, tão bonita."
Minha adaga caiu de minha mão, a qual levei a cabeça junto com a outra. Tentei me concentrar, tentei fechar meus olhos, mas a escuridão total só tornava ainda mais assustador. Assustador, a escuridão, o preto total, sem saber onde você está, sem ver. Os sussurros só aumentavam, os homens chegavam mais perto, saindo de seus esconderijos e chegando cada vez mais perto. Meu desespero estava saindo de controle, eu sabia que eles não eram reais, porém eles pareciam bastante reais na minha visão.
-NÃO CHEGUEM MAIS PERTO, EU POSSO MATA-LOS. - Basicamente rosnei, enquanto olhava para todos, virando a cabeça como um cachorro assustado.
E então os homens começaram a zombar, zombar de meu desespero, zombar da minha solidão. Eles chegaram muito perto, e eu conseguia sentir seus bafos de cerveja. Um deles tentou me tocar.
-NÃO ME TOQUE. FIQUE LONGE DE MIM! - Gritei de novo, mas minha voz estava começando a falhar.
Abaixei rapidamente e peguei minha adaga, então com sangue em meus olhos rasguei a gargantas de todos os homens que lá haviam, mas não havia ninguém. Então me ajoelhei no chão e lágrimas brotaram em meus olhos assustados.
-Ha... Hahahaha... HAHAHAHAHAHA... - Comecei a rir, com algumas pausas. Era mesmo muito idiota, eu estava apenas sozinha.
Então abracei meus joelhos enquanto sentava e fechava os olhos, contando até 10 repetidamente. Repetindo e balançando de trás pra frente.