Yuusha simplesmente ficou quieto por alguns momentos, e começou a chorar. De início, me senti um pouco constrangida. O que tinha acontecido com esse garoto, afinal? Não sou muito do tipo que é interessada na vida dos outros, mas de certa forma, havia despertado certa curiosidade. Provavelmente ele tinha tido um passado ruim, assim como eu. De algum jeito, simpatizei com ele, por saber que eu não sou a única.
— Olha, não sei bem o que aconteceu com você. E pelo visto nem você mesmo sabe... — Falei esta última frase num tom mais baixo e irônico, e tentei disfarçar. — Mas eu preciso que você se lembre, porquê... — E então, subitamente, cessei minha fala.
Abaixei os dedos da mão, deixando apenas o indicador levantado, e fiz um gesto de "Shh!", colocando o dedo em frente aos meus lábios. Ele pareceu estar meio confuso, mas ficou em silêncio rapidamente. Com isso, consegui notar pequenos barulhos vindos do corredor. Expressando irritação pura, caminhei até a porta, cerrando o punho, que cercou-se com uma chama azul. Num movimento brusco, desferi um soco, destruindo-a e fazendo com que seus pedaços voassem.
Haviam duas mulheres encostadas naquilo que uma vez foi uma porta, obviamente escutando a conversa. Uma delas era a moça que levara a mensagem até mim e os conselheiros, e a outra deveria ser uma enfermeira ou serviçal qualquer. A primeira encolhia-se atrás da outra, e ambas tentavam disfarçar com sorriso falsos.
— P-Princesa Lyanna, co-como vai? — O nervosismo era evidente.
Eu apenas encarava as duas, irritada, ainda com o punho cerrado brilhando num tom azul-claro.
— O quê diabos pensam que estavam fazendo?! — Perguntei, de forma hostil, por mais óbvio que fosse.
— Na-nada de mais, alteza... Desculpe... É, eu vou ali, porquê tenho algo pra fazer e... Já volto! — Ela ainda tentava disfarçar com desculpas esfarrapadas, e a outra apenas acenava positivamente com a cabeça. Ambas saíram correndo de lá logo em seguida.
— Hunf. — Resmunguei. Depois, apaguei a chama da minha mão enquanto abaixava-a, e andei de volta até o rapaz, que me encarava. — O quê? — Perguntei, inocentemente.